"É preciso olhar a vida com alegria" recomendou D. José às centenas de pessoas que participaram na Missa de Ramos | Diocese Bragança-Miranda

O Bispo da Diocese de Bragança-Miranda, D. José Cordeiro, apelou aos fiéis, que encheram a Catedral no passado domingo, para que vejam "a alegria da vida" , lembrando que a "cruz pode ser vivida de muitas maneiras, com resignação ou revolta, mas também como paixão, como fez Jesus Cristo, que por amor entregou a sua vida", referiu durante a homilia da Missa de Ramos, celebração que marca a entrada "na semana maior", a da Páscoa, nestes dias que concentram o essencial da Fé Católica, como a escuta da palavra e a observação dos gestos fundadores da Igreja. O prelado procedeu ainda à bênção dos ramos no exterior, antes da celebração da eucaristia, que juntou algumas centenas de pessoas. "Entramos pela porta Santa da Igreja Catedral, neste ano da Misericórdia que tem um significado profundo para todos", referiu. Uma entrada simbólica que, este ano, contou ainda com a presença de uma obra de arte, uma porta aberta, da autoria do professor Manuel Trovisco, instalada na Catedral, e que o bispo diocesano considera "uma provocação que nos convida a cada um a entrar no mistério de Deus, a porta de acesso à salvação". 

A cruz é "parte integrante da vida de toda a pessoa e de todo o cristão", disse D. José, lembrando que as cruzes que estão presentes nas igrejas "não são um mero objeto decorativo e uma obra de arte", são a expressão da experiência divina na dor, no sofrimento, nas dificuldades, mas que na altura da Páscoa também "representam a força, a coragem e a vontade de acreditar que é possível, porque não estamos imunes às doenças, às dores, aos prejuízos, aos preconceitos e de todas as ideias de vingança, ódio, orgulho e vaidade". A cruz, sublinhou, "apresenta-nos a lição suprema, o último passo desse caminho de vida nova que, em Jesus, Deus nos propõe: a doação da vida por amor".

A liturgia do último Domingo da Quaresma convida a contemplar esse Deus que, por amor, desceu ao nosso encontro, partilhou a nossa humanidade, fez-se servo dos homens, deixou-se matar para que o egoísmo e o pecado fossem vencidos. O bispo Diocesano  lembrou aos presentes que é preciso união para lutar pela dignidade da pessoa humana e que nunca nos cansemos de lutar, "mesmo que aquilo que pensamos sobre Deus e a Igreja não corresponda às nossas ideias, é aqui que se purifica o nosso coração".

Terminou citando dois poetas transmontanos, M. Pires Cabral e Miguel Torga, que escreveram sobre a fé.

Texto e fotografias: Mensageiro de Bragança