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Jornada Diocesana da Juventude em Vila Flor | Homilia de D. Nuno Almeida [1]Sáb, 25/11/2023 - 21:14

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JORNADA DIOCESANA DA JUVENTUDE VILA FLOR, 25.11.2023, 15.30H SOLENIDADE DE CRISTO, REI E SENHOR DO UNIVERSO (A)     Introdução Obrigado pela vossa alegre e esperançosa presença! Obrigado aos jovens, à Equipa Arciprestal e da Unidade Pastoral dos Jovens, aos párocos, às autoridades e entidades que aqui nos acolhem, em Vila Flor! Agradecemos a hospitalidade e generoso acolhimento. Obrigado à Banda da Paróquia, ao Pe. Nelson Duarte e a todos os que vieram enriquecer o nosso coração. Um grande obrigado à Irmã Conceição e a toda a Equipa do Secretariado Diocesano da Juventude. Hoje, celebramos Cristo Rei. Somos convidados a contemplar mais uma vez Cristo Crucificado: o trono é então uma cruz de madeira. A coroa é feita de espinhos… e onde estão as vestes reais? Jesus é um rei muito diferente dos outros, dos reis e senhores deste mundo. Nós alegramo-nos de ser o seu povo, membros ativos do seu reino. Por isso cantando reconhecemos que nem sempre seguimos a Jesus como único Senhor e pedimos perdão. A parábola do juízo final, que vamos escutar, dá-nos já as perguntas do exame final, o protocolo de entrada no Reino, com a certeza de que o amor aos pobres é o nosso passaporte para o Céu. Deixemo-nos, desde já, mover pelo amor de Deus, para que a Sua misericórdia nos converta em irmãos, próximos e cuidadores uns dos outros. “No entardecer da minha vida, hei-de responder pelo amor” – S. João da Cruz   Homilia   I. No dia de Cristo Rei, olhamos para Jesus e deixamo-nos olhar por Ele. E que vemos nós? Como nos vê Ele? Não vemos um soberano deste mundo, com as vestes reais, sentado num trono dourado; não vemos um Juiz severo de vara na mão; mas um rei, com as vestes de um simples pastor, que nos olha com amor, que nos guia com o seu cajado, e que faz justiça, defendendo os mais frágeis. Jesus cumpre, na perfeição, a belíssima imagem do verdadeiro Pastor, desenhada pelo profeta. Por isso, Jesus dirá, um dia: «Eu sou o Bom Pastor» (Jo.10,1.21)!   II. É bela a imagem do Pastor, descrita na 1ª leitura pelo profeta Ezequiel:   1. Em primeiro lugar, Ele sai do seu rebanho, para ir em busca da ovelha perdida e tresmalhada! Esta é a sua prioridade: sair!   2. Em segundo lugar, Ele abaixa-se para cuidar da ovelha ferida, que encontra na beira da estrada. Ele envolve-se e envolve os seus! Ele abaixa-se, para lavar os pés, curar as feridas, para tocar com ternura a carne sofredora dos homens, e deste modo, “contrai o «cheiro de ovelha», e estas escutam a sua voz” (EG 24).   3. Em terceiro lugar, Ele acompanha, com muita paciência, a ovelha enfraquecida, para lhe dar vigor, para a revitalizar, para a levantar da sua queda, para a fazer avançar no caminho. É um pastor que nos “acompanha em todos os processos, por mais duros e demorados que sejam; conhece as longas esperas e suporta as nossas limitações” (EG 24).   4. Em 4º lugar, Ele vela pela ovelha forte e vigorosa, para que faça frutificar os dons que recebe, para que não engorde de mais e se torne imóvel, arrastada, comodista, preguiçosa, consumista, vaidosa.   5. Por último, e por coincidência, com a sua grande prioridade, Ele “alegra-se e faz festa, por ter encontrado a ovelha perdida” (cf. Lc.15,5-7), É um Pastor, que vive a alegria do evangelho, a alegria da salvação, a alegria do encontro ou reencontro. É um Pastor que sabe sempre «festejar»: celebra e festeja cada pequena vitória, cada passo em frente na evangelização” (E.G. 24).   IV. O Papa Francisco, imitando o Bom Pastor, numa homilia da JMJ de Lisboa interpelou-vos: “Queridos jovens, gostaria de poder fixar cada um de vós nos olhos e dizer: Não temas, não tenhas medo! Mais, tenho uma coisa belíssima para vos dizer: já não sou eu, mas é o próprio Jesus que vos fixa agora. Ele que vos conhece, conhece o coração de cada um de vós, conhece a vida de cada um de vós, conhece as alegrias, conhece as tristezas, os sucessos e os fracassos, conhece o vosso coração. E hoje aqui em Lisboa, nesta Jornada Mundial da Juventude, Ele diz-vos: «Não temais, não temais! Coragem, não tenhais medo!» Todos aqui a cantar juntos: “Jesus vive e não nos deixa sós: não mais deixaremos de amar». E não só! Fostes um exemplo, porque vos unistes para trabalhar em grupo. Mais do que trabalho, o vosso foi um serviço, obrigado!”   -PRECISAMOS DE REPENSAR A PASTORAL JUVENIL PARA QUE SEJA REALMENTE SINODAL E VOCACIONAL, em que cada jovem se sinta “chamado pelo nome”. A pastoral juvenil deve sempre incluir momentos que ajudem a renovar e a aprofundar a experiência pessoal do amor de Deus e de Jesus Cristo vivo. Fá-lo-á com diversos recursos: testemunhos, canções, momentos de adoração, espaços de reflexão espiritual com a Sagrada Escritura e até com diversos estímulos através das redes sociais (CV 214).   -Qualquer plano de pastoral juvenil deve incorporar claramente meios e recursos variados para ajudar os jovens a crescerem na fraternidade, a viverem como irmãos, a ajudarem-se mutuamente, a criarem comunidade, a servirem os outros, a estarem perto dos pobres. Se o amor fraterno é o «mandamento novo» (Jo 13,34), se é «a plenitude da Lei» (Rm 13,10), se é aquilo que melhor manifesta o nosso amor a Deus, então deve ocupar um lugar relevante em todo o plano de formação e de crescimento dos jovens (CV 215).   - Muitos dos jovens vivem numa profunda situação de orfandade (CV 216). Criar família; é aprender a sentirmo-nos unidos aos outros para lá de vínculos utilitários ou funcionais, de tal modo unidos que sintamos a vida um pouco mais humana. Criar laços fortes requer confiança que se alimenta todos os dias da paciência e do perdão, permitindo-nos sonhar o mundo mais humano e, portanto, mais divino (CV 217).   -Há presentes de Deus que são sempre atuais, que contêm uma força que transcende todas as épocas e todas as circunstâncias: a Palavra do Senhor, sempre viva e eficaz, a presença de Cristo na Eucaristia que nos alimenta e o Sacramento do Perdão, que nos liberta e fortalece. Podemos mencionar ainda a inesgotável riqueza espiritual que a Igreja conserva no testemunho dos seus santos e no ensinamento dos grandes mestres espirituais (CV 229).   -Oferecer lugares próprios aos jovens, que eles possam arranjar a seu gosto e onde possam entrar e sair com liberdade, lugares que os acolham e onde se possam aproximar espontaneamente e com confiança, indo ao encontro de outros jovens tanto nos momentos de sofrimento ou de tédio, como quando desejem celebrar as suas alegrias (CV 218).   -Em cada paróquia, ou unidade pastoral, pelo menos um grupo de jovens! É esta a grande prioridade da Pastoral Juvenil: a multiplicação de grupos de jovens. Grupos mais ou menos estruturados, que ofereçam a oportunidade de reforçar competências sociais e relacionais num contexto em que não se avalia nem se julga a pessoa. A experiência de grupo constitui, por sua vez, um recurso para partilhar a fé e para uma interajuda mediante o testemunho. Grupos de jovens que sejam espaços inclusivos, onde haja lugar para todo o tipo de jovens e onde se manifeste realmente que somos uma Igreja de portas abertas (CV 234). Todos, todos, todos!   -Uma Equipa Arciprestal de Jovens onde o sacerdote é assistente e os jovens estejam em maioria.   -Conselho Diocesano da Pastoral Juvenil (representativo de todas as agregações juvenis).   -Secretariado Diocesano da Pastoral Juvenil (operativo e com uma sede acolhedora) que deverá proporcionar itinerários de formação para os jovens e seus animadores.     Oração de Santa Teresa de Calcutá Senhor, quando eu tiver fome, dai-me alguém que precise de comida. Quando tiver sede, dai-me alguém que precise de água. Quando sentir frio, dai-me alguém que precise de ser aquecido. Quando estiver ferida, dai-me alguém a consolar. Quando a minha cruz se tornar pesada, dai-me a cruz do outro a partilhar. Quando me achar pobre, conduzi-me a alguém necessitado. Quando não tiver tempo, dai-me alguém que possa ajudar por um instante. Quando sofrer uma humilhação, dai-me ocasião para elogiar alguém. Quando estiver desencorajada, dai-me alguém para lhe dar novo ânimo. Quando sentir necessidade da compreensão dos outros, dai-me alguém que precise da minha. Quando sentir necessidade de que cuidem de mim, dai-me alguém que eu tenha de atender. Quando pensar em mim mesma, voltai a minha atenção para outra pessoa. Tornai-nos dignos, Senhor, de servir os nossos irmãos que vivem e morrem pobres e com fome, no mundo de hoje. Dai-lhes, através das nossas mãos, o pão de cada dia, e dai-lhes, graças ao nosso amor compassivo, a paz e a alegria.   +Nuno Almeida Bispo de Bragança-Miranda  

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