A Paz - Dom da fraternidade | Catedral - 11.01.2020 | Diocese Bragança-Miranda

Catedral de Bragança, 11.1.2020

 

A Paz-Dom da fraternidade

 

  1. abriram-se os céus e Jesus viu o Espírito de Deus descer como uma pomba e pousar sobre Ele

Peregrinamos do silêncio chegamos à Catedral, a casa de todos, para celebrar o Mistério Pascal de Cristo, neste dia da festa do seu Batismo, com a qual se conclui o Tempo do Natal.

Unimo-nos à família do Luís Giovani Rodrigues, aos seus amigos e colegas, à Diocese de Santiago, ao Cardeal Arlindo Furtado seu Bispo, ao Instituto Politécnico de Bragança (IPB), a todas as pessoas de boa vontade e suplicamos a Deus Pai de Misericórdia que os céus se abram e o acolha na plenitude da Luz, da Paz e do Amor.

Vós testemunhais que o Luís era um jovem bom e humilde, escuteiro e organista na Paróquia dos Mosteiros, Ilha do Fogo, e membro do Secretariado Diocesano da Juventude da nossa irmã Diocese de Santiago em Cabo Verde.

Hoje, ao caminharmos juntos, sentimos que: «O silêncio é uma experiência interior, análoga à respiração: quando inspiramos, é o ar, a matéria da exterioridade, que vem penetrar o nosso corpo até às entranhas. O sopro está associado à vida e à morte. Se morrer é perder o sopro, o silêncio espacializa-se entre o duplo movimento do inspirar e o expirar. Quando expiramos, é a própria matéria da nossa interioridade que parece derramar-se no espaço à volta» (José A. Mourão, O.P.).

2. A Paz-Dom da fraternidade

A paz é o grande desejo do coração de cada um. Jesus Cristo é a nossa verdadeira paz. A «Fraternidade, fundamento e caminho para a paz» –como sublinha o Papa Francisco: «Com efeito, no coração de cada homem e mulher, habita o anseio (…) irreprimível de fraternidade, impelindo à comunhão com os outros, em quem não encontramos inimigos ou concorrentes, mas irmãos que devemos acolher e abraçar. (...) A fraternidade gera paz social, porque cria um equilíbrio entre liberdade e justiça, entre responsabilidade pessoal e solidariedade, entre bem dos indivíduos e bem comum».

Escreveu também o Irmão Roger, fundador de Taizé: «Há uma outra realidade do Evangelho que torna a vida bela: a paz do coração. Pode haver no ser humano impulsos que o conduzam à violência. Três séculos depois de cristo, um cristão de Milão chamado Ambrósio escrevia: “começai em vós a obra da paz, de forma a que, quando vós próprios estiverdes apaziguados, possais levar a paz aos outros”. Sim, a paz do coração torna a vida bela para todos os que nos rodeiam».

3. Permanecer na paz do coração

Na oração da Coleta, suplicamos a Deus: «concedei aos vossos filhos adoptivos, renascidos pela água e pelo Espírito Santo, a graça de permanecerem sempre no vosso amor». 

Bragança é cada vez mais uma cidade internacional e multicultural; sendo a diversidade uma enorme riqueza; de todos depende, simultaneamente, que a nossa cidade seja cada vez mais uma terra de paz, de justiça, de diálogo, de boa convivência, de reconciliação e de harmonia social com uma cidadania ativa, inclusiva e corresponsável.

Nunca mais a violência! Nunca mais o ódio! Sim a mais fraternidade! Sim a mais Paz! Sim a mais cultura da Vida e do Amor!

A fé da Igreja faz-nos experimentar que «Cristo veio trazer a boa nova: paz para os que andavam longe e paz para os que estavam perto». Por isso, não podíamos ser indiferentes a esta iniciativa dos nossos irmãos e amigos estudantes africanos e do IPB.

Jesus passou a vida fazendo o bem. O bem faz sempre bem! Façamos o bem, bem feito e todos os dias da nossa vida.

Queridos Jovens, muito e muito obrigado pelo vosso testemunho de fé, de fraternidade e de Esperança!

 

+ José, Bispo de Bragança-Miranda